Em meio a um cenário de instabilidade econômica, o comércio eletrônico assume uma posição de destaque no mercado e conquista seu lugar ao sol. Esse contexto surge graças à evolução do e-commerce no Brasil.
O consumidor mudou suas preferências de compra ao longo de duas décadas, e o faturamento mostra que o segmento manteve um crescimento estável mesmo diante de épocas turbulentas. Em 2019, as vendas online no país atingiram cerca de R$61,9 bilhões, segundo relatório do Webshoppers, do Ebit. Porém, esse valor tende a aumentar muito devido ao cenário atual, no qual grande parte das compras são feitas pela Internet.
Aqui, vale constatar que o setor nunca parou de crescer, mesmo diante de desafios financeiros, como inflação e altos índices de desemprego. Independentemente disso, vários tipos de e-commerce conquistam novos adeptos a cada dia, comprovando sua força na economia nacional.
Continue lendo este texto para conhecer a evolução dos comércios online no Brasil e no mundo.
Como e onde surgiu o e-commerce?
Esse é um questionamento recorrente, feito até mesmo por profissionais que trabalham nesse ramo há muito tempo. Tudo começou na década de 1960, quando as companhias começaram a utilizar o recurso Electronic Data Interchange (EDI) para compartilhar arquivos e documentos de negócio com outras empresas.
Após a popularização dessa ferramenta entre usuários individuais, na década de 1990 despontam duas gigantes, ainda hoje, líderes em vendas por todo o planeta: a Amazon e o eBay. Simultaneamente, essas plataformas revolucionam todo o segmento de e-commerce, colocando o consumidor em evidência.
O modelo de negócio imposto por tais marcas veio estabelecer determinados padrões aplicados até hoje. O campo de pesquisa, o catálogo online e carrinho de compras são comuns em quase todos os sites que acessamos e fazemos nossas compras.
Já no Brasil, o e-commerce deu as caras em 1995 com a Booknet, loja de livros que foi comprada pelo Submarino em 1999, devido à sua notoriedade no mercado. Em 1996, surgiram a Brasoftware (loja de softwares) e o Ponto Frio. Porém, muitas lojas só se consolidaram após o início da popularização da Internet discada no país, em 1999.
Os motivos de sucesso dessa modalidade comercial eram impressionantes e quase inimagináveis para a época, confira:
- disponibilidade 24/7;
- grande variedade de produtos e serviços;
- rápida velocidade de acesso;
- alcance internacional.
Como foi a evolução do e-commerce na última década?
O que sustentou o comércio eletrônico atual foram os avanços dos últimos dez anos. A otimização da Internet progrediu e possibilitou esse alcance, que, com acessibilidade e velocidade maiores, introduziu milhões de novos usuários.
Com isso, os clientes, principalmente os mais jovens, perceberam os benefícios e comodidades de se comprar online. Eles descobriram a possibilidade de conseguir descontos, encontrar ofertas e comparar preços com poucos cliques em seus computadores e celulares.
Seguindo a multidão, novas marcas, de vários segmentos comerciais, entraram no ambiente virtual, oferecendo seus catálogos de produtos e serviços. Com o tempo, empresas e públicos amadureceram seus vínculos.
Por consequência, as companhias melhoraram o atendimento ao consumidor e as operações logísticas. Simultaneamente, os usuários ficaram mais cautelosos e exigentes, pesquisando a imagem das instituições antes de fechar negócio.
Dentro dessa evolução toda, a tecnologia avançou muito e favoreceu o advento de plataformas para a construção de uma loja virtual. Nelas, existem recursos que simplificam a jornada de compra dos consumidores.
Tais ferramentas tornaram o comércio eletrônico mais seguro, garantindo a entrada de várias modalidades de negócio, como instituições financeiras, escolas/faculdades, empresas de tecnologia, transportadoras, entre outras. O efeito disso foi a diversificação das opções de pagamento e entrega (envio físico e/ou virtual).
Quais são os aprendizados dos últimos anos para o e-commerce?
Como visto, o tempo trouxe várias demandas e oportunidades ao e-commerce, especialmente em relação aos clientes. Afinal, eles são o centro de todo o processo de venda. Veja alguns pontos que merecem destaque.
Apostar em mercados de nicho
Grande parte dos empreendedores que trabalham com lojas virtuais tem questionamentos sobre como se diferenciar da concorrência, aumentar as vendas, conquistar uma boa fatia de mercado e diminuir custos operacionais. Nesse sentido, o objetivo é pensar em uma estratégia que garanta alcançar todas essas metas a curto, médio e longo prazo.
Em tal caso, uma solução é apostar em mercados de nicho, pois a segmentação aumenta as chances de vender produtos inovadores e lucrativos. Vale a pena oferecer um catálogo flexível para atender vários perfis de clientes.
Inovar a logística
A operação logística abrange um plano estratégico que vai desde o fabricante até o comprador final, sendo que, em cada etapa dessa cadeia, é preciso ter registros precisos para tornar o processo integrado e garantir a melhor experiência comercial.
Para isso, basta ter um bom conhecimento no tocante ao potencial da sua mercadoria, a fim de remodelar o material promocional, prever demandas e gerar entregas rápidas.
Proporcionar uma boa experiência ao cliente
O segredo para o sucesso é colocar o público em primeiro lugar e superar a expectativa dele. O modo de abordagem e tratamento durante a jornada comercial influencia muito a compra ou não do produto e até o retorno do cliente ao seu e-commerce. Para isso, é necessário criar proximidade por meio de recursos que ele goste de utilizar, como blogs, redes sociais, mecanismos de busca, vídeos, aplicativos de mensagem, e-mails, etc.
Nesse caso, o atendimento omnichannel é a melhor ferramenta da atualidade, pois dá mais liberdade de comunicação aos usuários. Sem contar a possibilidade de captar dados relevantes sobre eles nos diversos canais disponibilizados pela sua empresa para oferecer um suporte comercial mais preciso e exclusivo.
Qual o futuro do e-commerce?
Após conferir a evolução do e-commerce, vamos aos recursos que o futuro reserva para esse segmento. Confira a seguir.
Compras por voz
Os comandos de voz estão cada vez mais impregnados no nosso cotidiano. Com o intuito de agilizar tarefas e gerar uma acessibilidade muito maior, assistentes de voz, como Alexa e Siri, consolidam-se no mercado e tendem a ficar mais populares no comércio eletrônico. Afinal de contas, por que perder tempo digitando e pesquisando na rede se podemos obter soluções imediatas por meio da fala?
Inteligência artificial
A inteligência artificial está cada vez mais sofisticada e pode levar o e-commerce a um novo patamar. Veja cinco aplicações dessa ferramenta:
- Recomendação de produtos: quando um visitante navega pelo site, ele pode receber recomendações de acordo com seus gostos pessoais graças à IA.
- Campanhas promocionais personalizadas: é possível segmentar o marketing digital por meio de comportamento, localização, origem do tráfego, tendências de consumo, entre outros fatores.
- Acesso a informações estratégicas: além de otimizar a experiência do cliente, a IA pode ser utilizada para captar informações estratégicas, como métricas de e-commerce, que podem ser direcionadas para melhorar a performance do estoque, finanças, marketing e suporte.
- Entregas imediatas: com a consolidação de veículos autônomos e dispositivos controlados remotamente (drones), será possível inovar com as entregas, podendo ser efetuadas até no mesmo dia das compras (same day delivery).
A evolução do e-commerce não tem limites. Além dos recursos mencionados acima, é possível fazer análises preditivas para detectar padrões de consumo do público e até identificar novas oportunidades de mercado. Esse segmento é muito flexível e pode abraçar toda e qualquer demanda para revolucionar a experiência do consumidor e potencializar as vendas.
