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Os marketplaces foram responsáveis por uma verdadeira revolução na maneira como acontecem as vendas online. Popular há mais tempo no resto do mundo, o modelo foi capitaneado por gigantes como a norte-americana eBay e a chinesa Alibaba. Já no Brasil, uma dos principais responsáveis por sua disseminação foi o Mercado Livre.

No entanto, entre a troca de itens de pessoas físicas e as complexas estruturas de micro-vendedores pulverizados ao longo do país, muita coisa aconteceu. Hoje, o mercado brasileiro é dominado por nomes como B2W (Americanas, Submarino e Shoptime), Via Varejo (Ponto Frio, Casas Bahia e Extra), Magazine Luiza e Mercado Livre, e movimenta bilhões de reais. Para se ter ideia, em 2017 o setor ultrapassou a marca de R$ 8,8 bilhões de faturamento — 18,5% do total de transações do comércio eletrônico nesse ano.

Com a expansão da Amazon no mercado brasileiro, a discussão sobre a importância da venda em marketplaces como um importante canal para o e-commerce do país tomou novo fôlego. No entanto, pouco se tem discutido sobre os riscos desse modelo e de que maneira ele se encaixa em grandes operações.

É quase consenso que o início de uma parceria com marketplaces é uma maneira de aumentar as vendas e expandir o conhecimento da marca de pequenas e médias lojas virtuais. Embora essas sejam consequências desejáveis, é preciso planejar de que maneira o empreendimento crescerá para além da dependência desse canal.

Aqui vale o ditado de que não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta. Os marketplaces têm regras e interesses próprios que podem mudar a qualquer momento. É um terreno desconhecido que apresenta uma série de vantagens mas que também apresenta os riscos da falta de autonomia.

Nesse sentido, voraz concorrência imposta nos marketplaces deve ser um dos principais pontos de atenção nessa análise. Para manter-se competitivo, muitos lojistas se entregam em uma batalha selvagem de preços que compromete as margens de lucro e é insustentável em longo prazo. Além disso, não é difícil que a força da marca se perca diante do poder do nome dos marketplaces, o que torna ainda mais complicado sair depois da sua rede de influência.

Assim, um e-commerce que deseja alcançar um crescimento sustentável deve pensar em maneiras de diversificar os seus canais de vendas, além de ter uma forte marca própria e que funcione independentemente de terceiros. Para isso, estruturar uma loja virtual de alta performance e capaz de atender às demandas de um público online crescente é fundamental.

Conclusão

De forma geral, a venda nos marketplaces apresenta uma série de vantagens que justificam a iniciativa. Apesar disso, é importante se atentar para não criar uma dependência insustentável que prejudicará a evolução da sua loja virtual. As regras do jogo estão em constante mudança. Por isso, é importante ter a confiança de que sua marca será capaz de sobreviver às intempéries de um mercado promissor mas, ao mesmo tempo, extremamente competitivo.

*Artigo publicado originalmente em E-commerce Brasil.