Plataforma de e-commerce open source é um sistema de código aberto utilizado para viabilizar a operação de uma loja virtual, permitindo funções como cadastro de produtos, gestão de pedidos e integração com outras aplicações.
Escolher um ambiente para a loja virtual é um dos passos que mais demandam estudo e análise na abertura de um e-commerce, afinal, essa plataforma será a base do negócio. É nela que tudo será feito, desde o cadastramento dos produtos até a finalização das compras. Essa decisão deve, portanto, ser cuidadosamente pensada. É aí que entra a opção entre diferentes modelos, como a plataforma de e-commerce open source.
Se você está na fase de decidir qual sistema utilizar em seu projeto online ou então pensando em migrar para uma solução que atenda melhor às suas expectativas, é sempre um desafio ter todas as informações necessárias sobre as vantagens e desvantagens de cada ferramenta.
Pensando em ajudar você nessa missão, vamos explicar neste artigo o que é uma plataforma de e-commerce open source, quais são os benefícios e os riscos de escolhê-la, além de outras informações. Continue acompanhando para conferir!
O que é uma plataforma open source?
De maneira geral, as plataformas conhecidas como open source são aquelas de código-fonte aberto. Isso quer dizer que o download e o uso desse código podem ser feitos, na maioria das vezes, de maneira gratuita — o que não significa que essa opção não terá custos ao longo de sua implantação e manutenção.
Elas normalmente são criadas por uma comunidade de programadores que, de forma colaborativa, lançam atualizações do código-fonte e ajudam outros profissionais em sua utilização.
Por serem caracterizados como softwares de código aberto, esses ambientes podem ser modificados e aprimorados por praticamente qualquer pessoa ou empresa, desde que se tenha conhecimento e capacitação técnica para implementar tais alterações.
Criou-se, com isso, uma verdadeira indústria de organizações e profissionais que, além de prestarem serviços como manutenção e customização, criam aplicações que agregam mais funcionalidades à plataforma open source.
Embora essa solução possa ser usada em praticamente qualquer mercado de atuação, ela é de total responsabilidade do lojista, o que pode limitar seu funcionamento devido à falta de expertise.
Quais são os maiores riscos e as maiores desvantagens desse modelo?
Os principais benefícios da plataforma de e-commerce open source estão relacionados à sua flexibilidade, alta capacidade de customização e ao fato de sua aquisição ser muitas vezes gratuita — embora exija uma série de custos de implantação, customização e manutenção durante o seu funcionamento.
Porém, apesar dessas vantagens, essa opção também apresentam alguns riscos e pontos de atenção que devem ser levados em consideração na hora da escolha. Confira os principais!
Segurança
Esse é o quesito mais preocupante, uma vez que deve ser encarado como prioridade em qualquer operação do comércio eletrônico.
Como a plataforma de e-commerce open source apresenta código aberto, seus desenvolvedores geralmente não oferecem nenhum tipo de suporte caso algo comprometa a segurança do sistema. Dessa forma, é recomendado a contratação de uma equipe interna especializada para a resolução desse tipo de situação, o que pode elevar ainda mais as despesas.
A demora na reversão desse tipo de situação pode ter consequências catastróficas: vazamento de dados pessoais e bancários dos clientes, sistema fora do ar em datas de pico de acessos, como a Black Friday, perda de informações históricas e de pedidos, etc.
Se por algum motivo houver vazamento de dados, o lojista pode ter uma grande dor de cabeça, que envolve desde o uso indevido dessas informações por criminosos até processos abertos por consumidores que se sentiram lesados. Algo assim cria uma mancha negativa em cima da marca que é difícil de ser apagada depois.
Outro aspecto muito importante relativo à segurança é o fato de que, assim como desenvolvedores reveem e atualizam o código-fonte, hackers e pessoas mal-intencionadas também poderão fazê-lo, abrindo brechas para facilitar tentativas de ataque.
Layout
O segundo item da nossa lista é o que acaba sendo um dos principais atrativos das lojas virtuais: o layout. Com a plataforma de e-commerce open source permitindo alterações, o layout também pode ser modificado para chegar ao visual desejado.
Existem no mercado várias opções de templates que só precisam ser comprados e instalados. Nesse caso, porém, você corre o risco de não ter uma solução totalmente ideal e exclusiva — nem para sua loja virtual, nem para o consumidor. Isso sem contar que o custo inicial pode variar muito.
Uma alternativa é contratar um web designer ou agência responsável por criar todo o layout e efetivamente implementá-lo. Porém, como normalmente não há suporte disponível por quem desenvolveu a plataforma de e-commerce, esse trabalho pode encontrar alguns obstáculos para alcançar o resultado esperado — elevando ainda mais os gastos em longo prazo.
Navegação
Outro ponto que ganha destaque no e-commerce é a estabilidade de navegação. O site é lento ou rápido? Isso influenciará diretamente a experiência do usuário ao navegar e fazer compras em sua loja.
Nas plataformas open source, a escolha do servidor em que o sistema será hospedado (tanto a parte administrativa quanto o ambiente visual acessado pelo cliente) fica totalmente por conta do lojista.
O que acontece é que muitos gestores optam por planos mais baratos e insuficientes para comportar o funcionamento da loja virtual e, principalmente, seu crescimento ao longo do tempo. O resultado é um site lento e sujeito a quedas em momentos cruciais, como quando há o aumento de acessos.
Por isso, é preciso ficar atento para escolher a opção adequada para as necessidades do seu empreendimento. Ainda, é preciso levar em consideração as variações de acessos que podem ocorrer ao longo do ano, como em datas comemorativas como Natal e Black Friday, por exemplo.
Atualização
Como a tecnologia é constantemente atualizada, a loja virtual tem que acompanhar esses passos. O e-commerce se encarrega, assim, de atualizar os módulos de segurança presentes na plataforma e corrigir funcionalidades com problemas, além de monitorar o tráfego de dados entre usuários e sistema utilizado.
O que ocorre é que a migração de muitas empresas para o uso de sistemas como o SaaS pode ter contribuído para a diminuição de pesquisas e desenvolvedores de plataformas de e-commerce open source, o que gerou como consequência menos desenvolvimento e atualizações desse tipo de ferramenta.
Algo assim vai na contramão das exigências do mercado de compras virtuais, que busca implementar novas tecnologias para melhorar cada vez mais a experiência de compra do consumidor, bem como os processos de gestão envolvidos nos “bastidores” dos e-commerces.
Como consequência, pode-se acabar com um sistema obsoleto em mãos, que não apresenta as funcionalidades necessárias para atender às novas demandas do mercado.
Especialização
Para fazer com que todas as etapas anteriores funcionem bem, existem basicamente duas opções: contratar profissionais para montar sua própria equipe técnica interna ou contratar uma empresa especializada.
Provavelmente a primeira opção terá um custo maior, devido a salários, estruturas física e técnica para os funcionários, entre outras providências a tomar.
Já a contratação de uma empresa especializada oferece um custo menor, pois reduz desde os gastos com a montagem de uma estrutura física para os profissionais até as despesas de criação, implementação e manutenção de recursos visuais e de segurança. A terceirizada ficará responsável por tudo isso, oferecendo suporte sempre que necessário, como o que acontece no caso das plataformas SaaS.
Custo mais alto
Inicialmente, devido ao fato de que não há cobranças de licenças ou outras taxas para ferramentas open source, pode-se chegar a uma ideia equivocada de que os custos envolvidos no uso de uma plataforma de e-commerce open source são menores ou inexistentes.
No entanto, ao listar todas as necessidades operacionais para implantação e manutenção desse tipo de recurso, você verá que os gastos poderão ser bem maiores do que o imaginado.
Além disso, é preciso considerar que será necessário buscar cada um desses serviços isoladamente, enquanto em outros tipos de plataforma muitos desses itens já vêm integrados ao sistema. Ou seja, além dos custos elevados, o trabalho também será maior. Veja algumas dessas despesas operacionais:
- aluguel de servidores: sobretudo por se tratar de um ambiente aberto a modificações, será preciso contratar um servidor idôneo para abrigar a página de sua empresa;
- investimento em recursos adicionais de segurança para a plataforma: um exemplo são os sistemas antifraudes, que verificam a procedência de todas as compras feitas na loja virtual;
- equipe técnica especializada para o desenvolvimento e a manutenção da plataforma: isso será necessário, uma vez que os programadores que criaram essas plataformas open source não oferecem suporte.
Quais são as principais características de plataformas SaaS?
Falamos até aqui sobre as características da plataforma de e-commerce open source e quais são os pontos de atenção que devem ser levados em conta na hora da adoção desse sistema.
Como vimos, ela apresenta algumas desvantagens e riscos que podem fazer com que ela não seja a melhor opção para seu e-commerce.
A boa notícia é que existem outros tipos de sistemas que podem ser adotados, de maneira mais segura e completa, como é o caso das plataformas do tipo Software as a Service (SaaS).
A plataforma de e-commerce SaaS é um sistema já completamente desenvolvido que é disponibilizado para uso mediante o pagamento de uma assinatura. Elas são hospedadas em um servidor próprio, sendo acessadas pelo lojista remotamente.
Por meio de uma cobrança realizada de forma periódica — mensal, semestral ou anual, por exemplo — é possível usufruir um ambiente administrativo totalmente pronto e capaz de lançar uma loja virtual totalmente personalizada.
Flexibilidade e facilidade de uso
Por já terem passado por uma série de testes e melhorias antes de serem lançados, esses ambientes tendem a ser menos complexos de se lidar do que uma plataforma de e-commerce open source. Isso faz, consequentemente, com que pessoas que tenham um conhecimento técnico menor possam operar mais facilmente os processos dentro do sistema.
Uma característica marcante do SaaS é o fato de usar computação em nuvem para estruturação de seus negócios. Bons exemplos desse tipo de modelo são sistemas de CRM, de gestão de processos e ERP.
Melhoria contínua
Um ponto muito importante é a segurança e a tranquilidade proporcionadas por esse tipo de plataforma, permitindo que os esforços da empresa fiquem concentrados em outros aspectos da gestão. Há desde opções mais simples até as mais robustas, dependendo da necessidade do cliente, havendo a possibilidade de optar por uma plataforma de alta performance para grandes operações.
Outra questão essencial está relacionada às atualizações. Falamos sobre como o fato de muitos negócios terem transferido suas lojas virtuais para plataformas SaaS pode ter contribuído para a diminuição dos investimentos em atualizações e aperfeiçoamento de plataformas de e-commerce open source.
Aqui, portanto, o efeito é contrário: há muitos avanços visando ao atendimento de um mercado cada vez mais exigente e necessitado de mudanças rápidas e eficientes.
Como a mesma versão é disponibilizada para todos os clientes da plataforma, há a possibilidade do levantamento de melhorias e identificação de falhas mesmo antes que o próprio lojista perceba esses pontos. Portanto, é um processo de aperfeiçoamento contínuo a partir das demandas dos usuários e do mercado, de forma geral.
A tecnologia open source é bastante interessante e pode ser uma ótima solução para algumas aplicações. No entanto, quando falamos em comércio eletrônico, ambientes nos quais segurança e profissionalismo são prioridades, podemos chegar à conclusão de que uma plataforma de e-commerce open source, pelos motivos citados, provavelmente não é a melhor opção para o seu negócio. Assim, entre open source e SaaS, a opção com mais possibilidades costuma ser a segunda, principalmente para grandes operações.
*Artigo originalmente publicado em janeiro de 2018 e atualizado em setembro de 2018.