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E-commerce

Como montar uma estratégia de cross docking para seu e-commerce

De 20 de outubro de 2020agosto 3rd, 2021Sem Comentários

O e-commerce é um dos setores que mais crescem no país, mesmo em tempos de crise. Segundo dados da Nielsen, o comércio eletrônico faturou R$ 53,2 bilhões em 2018 e promete atingir uma taxa de crescimento de 15% até o fim de 2019.

Com um cenário favorável, mas igualmente competitivo, aumenta-se a necessidade de potencializar os ganhos e garantir a satisfação dos clientes. Nesse sentido, o cross docking tem conquistado cada vez mais espaço.

Trata-se de uma opção de logística que tem como objetivo a otimização do processo de entrega de mercadorias ao cliente final, reduzindo a demanda de investimento em armazenamento.

Confira, a seguir, como funciona essa tendência, as principais vantagens para o e-commerce e o passo a passo para implementá-la.

O que é cross docking

Cross docking é um processo de logística que busca otimizar as etapas entre o fornecedor e o consumidor final, ao fazer a encomenda das mercadorias apenas após a finalização dos pedidos na loja virtual, reduzindo as chances de estoque parado.

Em uma tradução literal do inglês, cross docking significa “cruzamento de docas”. Originalmente, o termo designava o sistema em que as mercadorias transportadas por navios eram descarregadas em esteiras que levavam os produtos diretamente para caminhões de distribuição.

Nessa estratégia, elimina-se a necessidade de grandes investimentos em armazenamento de mercadorias, uma vez que elas são encomendadas ao produtor apenas após finalizado o pedido de compra pelo cliente. Elas são, então, entregues em um centro de distribuição (CD), onde serão separadas, conferidas e, então, enviadas ao seu destino final.

Essa tendência está diretamente ligada ao conceito Just in Time (JiT). Difundido inicialmente nas fábricas da Toyota na década de 1950, tinha como principal meta a diminuição do tempo dos processos sem a perda da qualidade dos produtos. O princípio do cross docking, dessa forma, é o mesmo: agilizar a logística de entrega sem prejudicar a experiência do consumidor.

Para isso, existem diferentes formas de aplicá-lo. Confira as principais.

Movimentação contínua

O objetivo desse modelo é a expedição de mercadorias no menor tempo possível a partir do recebimento dos itens do fornecedor. É um dos tipos mais comuns de cross docking.

Movimentação consolidada ou híbrida

Nessa modalidade, os produtos são recebidos dos fornecedores e, posteriormente, separados entre os que serão enviados diretamente aos clientes e aqueles que serão destinados ao estoque. É, portanto, um sistema híbrido que alia a agilidade desse advento à logística tradicional.

Movimento de distribuição

Nesse método, as mercadorias são recebidas e separadas para envio em cargas lotação, que preenchem todo o espaço disponível no veículo. São mais comuns em negócios B2B, devido ao grande volume de pedidos a serem enviados, possibilitando o atingimento da capacidade total de transporte sem atrasos.

Cross docking vs dropshipping

Seja qual for o esquema de cross docking escolhido, não se deve confundi-lo com o conceito de dropshipping, outra forma de organizar a logística de entrega. Enquanto, no primeiro, a operação é realizada pela própria loja virtual; no segundo, o e-commerce só controla o processo de venda e pagamento do produto, ficando a entrega a cargo do fornecedor.

Embora apresente algumas vantagens, o dropshipping depende de um bom fluxo de comunicação entre lojista e fornecedor, para atualização em tempo real da disponibilidade de produtos em estoque, prazo de entrega e problemas que possam ocorrer durante o processo.

Além disso, nos casos em que o e-commerce terceiriza essa responsabilidade para o fornecedor, não há como garantir a qualidade da entrega dos produtos, uma vez que a equipe do comércio eletrônico não tem acesso à mercadoria antes da entrega. Assim, a possibilidade de conferência nas etapas intermediárias é uma dos benefícios do cross docking em relação ao dropshipping.

O dropshipping é um processo muito comum em marketplaces, quando há a indicação de que o item escolhido é entregue por uma empresa específica. Após o pagamento do valor cobrado, o comércio intermediador repassa as informações do consumidor diretamente ao provedor daquela mercadoria, que assume a logística de entrega a partir desse momento. Nesse caso, é a loja virtual que assume o papel de fornecedor das mercadorias.

Principais vantagens para a logística do seu e-commerce

Diversos fatores relacionados à redução de custos na cadeia de suprimentos (supply chain) têm conferido popularidade ao cross docking. Com a eliminação do processo de estocagem, é possível alcançar diversos benefícios que podem representar uma vantagem competitiva. Veja os principais.

Diminuição dos gastos com armazenamento

Parte considerável dos gastos de um e-commerce estão relacionados ao armazenamento de mercadorias. É preciso ter um espaço grande o suficiente de estocagem para atender à demanda da loja e ao tamanho do mix de produtos. Não há como prever com exatidão aquilo que o cliente vai pedir, o que gera a necessidade de ter um estoque mínimo de qualquer produto

Com a eliminação dessa etapa, ocorre uma drástica redução das despesas relacionadas a ela. Isso, porque, com o cross docking, somente há necessidade da existência de um centro de distribuição, onde os produtos serão recebidos, conferidos, separados e enviados para seus destinatários finais. Esse espaço pode ser muito menor do que um armazém convencional, gerando uma economia considerável para a empresa.

Maior rotatividade de estoque

Segundo um levantamento realizado pela Abrape, estima-se que R$ 21,55 bilhões sejam perdidos pelo varejo com itens que deixam de ser vendidos. Desse número, cerca de 40% correspondem a prejuízos relacionados a erros na estimativa com vendas e estoque. Esses dados evidenciam os riscos gerados pela estagnação de mercadorias.

Esse deixa de ser um problema com o cross docking, uma vez que o pedido ao fornecedor só é feito após a compra daquele produto pelo cliente. Parte do capital da empresa não fica parado em armazéns a espera de um comprador. Assim, a rotatividade do estoque aumenta, e as chances de prejuízo relacionado a isso diminuem.

Melhor aproveitamento do capital de giro

No comércio tradicional, é exigido um alto investimento na compra de mercadorias que serão disponibilizadas para a venda. Essa dinâmica impacta as saídas, e, quando o montante delas é maior que o número de recebimentos, a empresa fica com desequilíbrio no fluxo de caixa.

Com isso, chega a necessidade de captar recursos externos, de modo a manter o capital de giro. Essa medida tem um custo financeiro alto para o negócio, interfere no endividamento e pode absorver parte dos lucros da loja virtual. Com a encomenda somente daquilo que já foi adquirido pelo cliente, reduz-se a quantia necessária de capital de giro para a manutenção do negócio.

Portanto, o cross docking é também interessante para a saúde financeira da organização. Troca-se a incerteza da venda ou não de produtos pela confirmação de que aquele dinheiro investido retornará à empresa. A queda do desperdício e dos custos operacionais também colabora para o bom aproveitamento do capital que a organização tem em mãos.

Equipe menor

Com um processo mais enxuto de carga e descarga de mercadorias, não é necessária uma grande equipe para a realização das atividades no centro de distribuição. Dessa forma, é reduzido o gasto com operadores de empilhadeira, estoquistas e outros funcionários comuns ao processo de logística tradicional.

Menor risco de danos aos produtos

A presença de defeitos na mercadoria pode trazer uma série de prejuízos para o e-commerce, além de atrapalhar a experiência do consumidor. Aliada a situações de devolução de produto, a insatisfação do cliente gera gastos desnecessários para a empresa e, em casos mais graves, até mesmo processos judiciais.

Por isso, garantir a qualidade do item entregue é primordial para o bom funcionamento de uma loja virtual. Essa é justamente uma das vantagens da operação logística que utiliza os centros de distribuição. Durante essa etapa, é realizada uma vistoria do produto entregue pelo fornecedor, avaliando sua integridade e a coerência com aquilo que foi pedido pelo cliente.

Assim, diminuem-se as chances de envio de mercadorias com defeitos ou diferentes do que foi encomendado. Além disso, como o produto não é armazenado em estoque, também é reduzido o risco de estragos durante o processo de manuseio do item.

Aumento da variedade e disponibilidade de produtos

Com o cross docking, aumentam as possibilidades de escolha do comprador. Ele não tem mais acesso somente à quantidade e diversidade de produtos limitadas ao estoque da empresa, mas a uma infinidade de opções oferecidas por diferentes fornecedores.

Assim, crescem as possibilidades de compra pelo consumidor, com uma probabilidade maior de que ele encontre aquilo que deseja. Ainda, como a disponibilidade de mercadorias do fornecedor costuma ser muito maior do que a de uma loja normal, são menores as chances de ocorrer a falta de produtos — especialmente em datas especiais.

Barreiras para a implementação

Antes da adoção de qualquer nova tendência, é importante avaliar sua aplicabilidade para o seu e-commerce e se os desafios associados a ela são menores do que os resultados que se espera obter.

Apesar das diversas vantagens do cross docking, existem barreiras significativas para sua implementação. Esses obstáculos devem ser levados em consideração antes de adotar essa metodologia para evitar problemas no futuro. As mais relevantes, você vê abaixo.

Aumento do prazo final de entrega

Ao adotar esse modelo de operação, é preciso estar ciente de que, provavelmente, ocorrerá um aumento do prazo final de entrega dos produtos ao cliente. Sua política de prazos precisa seguir o ritmo do fornecedor, e é preciso se adequar para essa mudança.

Como a mercadoria não está disponível no estoque do lojista, ele dependerá da agilidade do fornecedor para calcular o tempo que levará para que o consumidor receba o item adquirido. Além disso, deve-se associar a esse cálculo a duração das etapas que serão realizadas no centro de distribuição.

Esse é um dos principais motivos que tornam de suma importância a escolha de bons fornecedores e a construção de um fluxo contínuo de comunicação com eles. Só assim será possível repassar as informações necessárias ao cliente de maneira ágil e descomplicada. Um bom relacionamento também evitará o surgimento de problemas, como os atrasos, e ajudará na solução de eventuais adversidades.

Custo maior de transporte

Com a implementação do cross docking, é provável que ocorra um aumento nas despesas de transporte para e-commerce. Como as encomendas só são feitas após a realização das compras pelos clientes, é comum o aumento da frequência do translado de produtos entre os fornecedores e o centro de distribuição, bem como até o consumidor final.

Porém, com planejamento adequado, é possível reduzir o impacto desse acréscimo e compensá-lo com a economia relacionada ao armazenamento.

Diminuição no poder de negociação de mercadorias

As compras para constituição de estoque costumam ser de grande volume e ter um ticket elevado. Essas condições concedem maior poder de negociação entre o lojista e a empresa fornecedora dos produtos, o que é mais difícil de ocorrer com uma demanda pequena de pedidos.

Como uma solução para isso, é essencial haver um acordo com o fornecedor, explicando os termos da parceria e a ideia por trás da operação de logística adotada. A garantia da realização frequente e constante de encomendas com uma mesma empresa pode aumentar as chances de desconto e oferecimento de condições especiais.

Demanda irregular e picos de venda

É normal que haja um aumento das vendas em datas comemorativas e períodos específicos do calendário do e-commerce, como a Black Friday. Nessas situações, é preciso estar preparado para conseguir atender à nova demanda com a rapidez esperada pelo cliente.

Esse também é um problema para negócios em que a procura por mercadorias é irregular. Seja como for, não há nada mais frustrante para o consumidor do que se interessar por um item e descobrir que ele está indisponível. Além da insatisfação gerada por esse acontecimento, ele poderá escolher outra loja virtual para realizar sua compra após o ocorrido.

Para lidar com esses cenários, pode ser interessante adotar um sistema híbrido, com estoque de produtos de baixo custo e que saem com maior frequência. Já as mercadorias mais caras e com baixo giro podem ser vendidas por meio do sistema de cross docking. Assim, beneficia-se das vantagens dessa metodologia sem correr o risco de não conseguir atender à demanda dos compradores.

Como montar uma estratégia de cross docking

Implementar o cross docking na prática exige uma mudança sistêmica na maneira como os processos são realizados no e-commerce. É essencial haver uma conexão direta entre áreas diversas nas etapas de sua execução. Somente com um fluxo contínuo e transparente de informações será possível ter sucesso com essa estratégia e alcançar os resultados esperados.

Para isso, alguns fatores são essenciais. Veja!

Invista em um sistema ERP

Do inglês Enterprise Resource Planning, o ERP é um sistema de gestão que busca integrar em um único lugar todos os dados e processos de uma empresa. Essa centralização garante alto nível de controle sobre o que acontece na organização e uma melhor integração das atividades realizadas.

Investir nesse tipo de modelo é de suma importância para as diferentes fases, que vão desde a primeira visita do cliente à plataforma de e-commerce até as etapas de relacionamento e fidelização. Para isso, normalmente, é utilizado um software que reúne essas funções.

Escolha bem os fornecedores

Os fornecedores são peça-chave em qualquer supply chain, mas, quando é eliminada a necessidade de estoque, eles passam a ser ainda mais fundamentais. Isso, porque os prazos repassados ao cliente, a disponibilidade de determinado produto e a garantia de envio e entrega do item passam a ser responsabilidade dessa parte, com menor possibilidade de interferência do lojista.

Dessa forma, ter confiança nas empresas escolhidas para fornecer esses produtos é essencial. Um equívoco nessa etapa pode comprometer toda a operação logística do e-commerce e até mesmo causar o comprometimento do funcionamento do negócio. Por isso, a escolha deve ser feita com cautela, e os termos dessa relação, alinhados desde o início.

Crie um centro de distribuição

Outro componente fundamental para a estratégia é a criação de um centro de distribuição. Esse será o espaço intermediário entre os fornecedores e o consumidor final — tornando a escolha de uma boa localização essencial para facilitar as remessas.

Nessa etapa, é preciso avaliar onde estão os provedores fundamentais dos produtos do seu e-commerce, bem como o local em que a maior parte dos seus consumidores está concentrada.

Uma excelente opção é contar com fornecedores regionais próximos ao endereço de entrega da mercadoria. Assim, além da redução dos gastos com transporte, diminui-se o prazo de envio ao cliente.

Uma ação que pode ajudar nesse processo é a escolha de uma plataforma que ofereça a opção de Multi CD. Nessa função, é possível cadastrar diversos centros de distribuição, possibilitando maior controle das operações realizadas em diferentes localidades.

Capacite sua equipe interna

Como já foi dito, o cross docking exige uma adaptação sistêmica de toda a operação do comércio eletrônico, e isso inclui a capacitação da equipe interna para lidar com esse processo.

Eles precisam conhecer a metodologia e estar familiarizados com todas as etapas da cadeia — da compra à entrega. É preciso que os conceitos de agilidade e fluxo contínuo de informações estejam bem internalizados.

Uma maneira de se alcançar isso é aliar capacitação à criação de fluxos de trabalho desenvolvidos para as diferentes fases da logística. Assim, ocorre uma padronização do que deve ser feito e dos resultados esperados em cada etapa, reduzindo as chances de ocorrerem erros.

Faça um período de adaptação

Como a implementação desse novo modo de transporte e entrega de mercadorias demanda uma profunda mudança nos processos da empresa, há um investimento de tempo, capital e recursos humanos para a consolidação dessa transformação.

Por isso, caso a loja virtual já tenha uma operação logística estruturada que siga outra metodologia, o ideal é que haja um período de adaptação. Ele servirá para que essa alteração ocorra de maneira gradual, dando tempo para que a equipe interna e até mesmo os clientes habituais se acostumem com a nova dinâmica.

Além disso, esse é o momento ideal para avaliar os resultados dessa estratégia, adaptando-a à realidade da empresa. Assim, evita-se a tomada de decisões precipitada, que possa trazer prejuízos para o empreendimento.

Para avaliar o que vem dando certo e o que precisa ser melhorado, é essencial que haja o monitoramento constante de resultados.

Como o que funciona para uma organização pode não funcionar para outra, mais importante do que seguir tendências gerais é entender as particularidades do seu empreendimento e o que dará certo (ou não) com sua aplicação.

Uma excelente ação é o oferecimento de diferentes opções de frete ao consumidor, incluindo as tradicionais e aquelas associadas ao cross docking. Assim, uma vez que o consumidor escolha o frete econômico, por exemplo, ele se beneficia da redução do valor final do serviço ao mesmo tempo que aceita um aumento no prazo de entrega.

Invista em um SAC de qualidade

Como com qualquer advento, é preciso estar preparado para o caso de as coisas darem errado. Nessas situações, uma boa gestão de crises é fundamental.

Assim, é essencial estar preparado para a ocorrência de problemas com o fornecedor, como atrasos na entrega, a não comunicação de indisponibilidade de estoque, mercadorias com defeito, etc., e saber como comunicá-los ao consumidor final.

Dessa forma, investir em um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de qualidade pode ser a diferença entre a fidelização de um cliente e a transformação de um consumidor em um detrator da marca.

Além de profissionais capacitados, é fundamental investir em um sistema que dê amparo para a área, como o CRM, software voltado para a gestão de informações e relacionamento com o público.

Essa integração facilitará o diagnóstico de futuros problemas, aprimorará o entendimento com o público, fornecerá dados para sua estratégia e ainda facilitará o processo de transição para um atendimento omnichannel.

Soluções para dar suporte ao modelo

O sistema de cross docking gera uma verdadeira revolução logística na empresa. Para dar suporte a toda essa mudança e garantir a qualidade e eficiência da operação, algumas ferramentas se tornam indispensáveis.

Afinal, é preciso criar um modelo de comunicação que converse bem com a loja virtual, fornecedor e centros de distribuição, de modo a evitar erros que prejudiquem a experiência do cliente.

Algumas delas já foram citadas ao longo do artigo, mas precisam ser mais bem detalhadas. Existem outras que você provavelmente ainda precisa conhecer e entender como farão a diferença para o sucesso de implementação do modelo. Confira na sequência.

ERP

Como mencionamos, o ERP é o ponto de partida para organização de uma empresa, até mesmo aquelas que não trabalham diretamente com o varejo. Ele é o software que organiza a gestão empresarial. Oferece informações de diversos setores da empresa, como vendas, compras, financeiro e gestão de contratos, de maneira interligada.

Para que o cross docking funcione perfeitamente, a empresa precisa construir processos que sincronizem bem o fluxo de mercadorias com informações internas e de fornecedores. Os colaboradores de todos os setores e responsáveis logísticos devem ter acesso às atualizações em tempo real, e o ERP é o que permitirá isso.

WMS

Os softwares WMS — Warehouse Machine System — são especializados na gestão de depósitos e fundamentais para empresas que trabalham com um ou mais centros de distribuição. Por isso, são uma das ferramentas fundamentais para o cross docking.

Muitos gestores se perguntam por que adquirir mais um sistema, uma vez que a maioria dos ERPs já contém um módulo de gestão de estoque. A diferença está no fato de que o WMS executa a gestão das mercadorias de forma mais detalhada e otimiza todo o processo logístico, reduzindo custos e falhas manuais.

O WMS fragmenta a posição das mercadorias por endereço, organiza-as conforme categoria e similaridade, roteiriza as saídas e distribui as tarefas de maneira uniforme, de modo que os operadores do centro de distribuição terão apenas que executar as tarefas, sem se preocupar em tomar decisões. Com isso, o processo fica muito mais rápido.

Plataforma para e-commerce

A nova estratégia exigirá uma plataforma de e-commerce mais dinâmica, que permita configuração com as outras ferramentas e integração com os diferentes sistemas.

Como o cross docking demanda a existência de um ou mais centros de distribuição, é importante que essa plataforma tenha o recurso Multi CD, que gerencia todos eles. Como o prazo de entrega também é um dos pontos sensíveis do sistema, é importante que a plataforma ofereça recursos de entrega e frete que facilitem as remessas.

Além disso, é importante que ela permita a fácil integração com marketplaces, aumentando a probabilidade de tornar as vendas escaláveis, e ofereça um suporte de qualidade para cadastro e configurações e em todas as etapas do processo de vendas.

Métricas para avaliar a eficiência do cross docking

As métricas são importantes para calcular a viabilidade da estratégia de cross docking durante a fase de adaptação, só que a utilização de KPIs não deve se encerrar nessa fase. É importante analisar constantemente a eficiência logística da operação com estes indicadores:

  • coletas no prazo: avalia a qualidade do serviço de transportes da empresa. Pode ser utilizado em qualquer modelo de remessas, e, quanto maior o índice, melhor será a capacidade da empresa de efetuar coletas dentro do modelo de cross docking;

 

  • custo por pedido: avalia os gastos relacionados com todo o processo de geração e despacho de cada pedido. Obviamente, quanto menor o número, melhor a eficiência da operação;

 

  • custo de transporte por total de vendas: a métrica visa entender a proporção de gastos de transporte com a receita da empresa. O ideal é que esse número seja cada vez menor, de modo a otimizar o desempenho econômico e os lucros;

 

  • número de não conformidades: avalia o número de erros e falhas em qualquer etapa da cadeia de suprimentos. Se o índice permanecer em declínio após a adoção do cross docking, sua estratégia estará no rumo certo;

 

  • indicadores de pallets: serve para avaliar a capacidade de armazenagem nos centros de distribuição, podendo ser segmentado entre pallets de cross docking e do modelo de operação tradicional. Quanto menor a área ocupada por eles, mais rentável é cada um dos sistemas;

 

  • taxa de atendimento por pedido: esse indicador acaba englobando os anteriores, pois mede a eficiência geral dos processos. Com ele, avalia-se a eficiência dos prazos de entrega, erros de separação ou envio ou o fracionamento de pedidos por falta dos itens em tempo hábil no centro de distribuição para organizar a remessa.

Vale lembrar que essas são apenas algumas métricas a se utilizar para medir a eficiência do seu novo sistema de distribuição. Você pode utilizar muitas outras, adaptar as citadas e até mesmo criar novos indicadores, conforme a realidade do seu modelo de negócio.

Agora você já sabe como funciona a estratégia de cross docking e os benefícios que ela pode oferecer para o e-commerce. Com o planejamento adequado e a avaliação cautelosa dos riscos de sua aplicação, é possível alcançar grandes resultados e um diferencial competitivo em relação à concorrência.

*Artigo publicado originalmente em agosto de 2021 e atualizado em maio de 2021.



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